A criança hospitalizada e suas particularidades

A criança hospitalizada e suas particularidades

A hospitalização pode trazer prejuízos ao desenvolvimento da criança, principalmente se tratando do câncer. Os dados epidemiológicos sobre o câncer na infância têm mostrado que o avanço científico na área de oncologia infantil levou a um aumento considerável das chances de cura.

Ao incitar uma nova perspectiva para o tratamento e prognóstico do câncer na infância, esse avanço trouxe também a necessidade de um cuidado com o paciente e sua doença em termos da manutenção de sua qualidade de vida e bem-estar emocional. Nesse sentido, não seria suficiente somente prolongar a vida de crianças com câncer, era preciso cuidar também de suas possíveis dificuldades emocionais e de socialização.

A possibilidade de cura não ameniza a necessidade de que a criança seja submetida a procedimentos médico-hospitalares invasivos e dolorosos, como é o caso da quimioterapia, um dos recursos frequentemente utilizados contra o câncer na infância, na medida em que é o eficaz para a leucemia, tipo de de câncer mais comum na infância.

No caso da quimioterapia, efeitos colaterais como mal-estar geral, febre, vômitos, diarréias, úlceras na boca, queda do cabelo, imunodepressão, entre outros, sugerem que a mesma constitui-se, de fato, uma segunda doença para a criança e sua família.

Entre as possíveis estratégias utilizadas por crianças para enfrentar condições estressantes como a hospitalização e, consequentemente, os procedimentos médicos invasivos, encontra-se o brincar, recurso utilizado pela criança e pelos profissionais no contexto hospitalar.

Em outros tipos de intervenção psicológica que utilizam estratégias para a redução do estresse induzido pela hospitalização, é possível identificar componentes lúdicos, como estímulos para a adaptação positiva. Nesse caso, conta-se com o "ensino comportamental": oferta de materiais hospitalares de brinquedo para que a criança possa, ao manipular o brinquedo, expressar seus temores e ansiedades frente aos instrumentos que serão utilizados com ela ou as "técnicas de imaginação/distração": quando a criança é solicitada a imaginar e fantasiar uma história com um herói que ela admire, para que este possa ajudá-la a enfrentar com segurança a ansiedade provocada pela situação de hospitalização.

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