É de conhecimento geral que a mulher em seu período de gravidez apresenta uma multiplicidade de hormônios. Estes acabam por mexer em todo o seu psicológico e, consequentemente, necessita-se um cuidado maior a ela e a criança. Tendo ciência deste universo que versa o mundo da saúde reprodutiva da mulher e na busca pela humanização do parto, a compreensão dos aspectos psicológicos passou a pautar as discussões da prática de atendimento clínico.

O avanço no conhecimento científico tem permitido com que as habilidades técnicas sejam realmente efetivas, além de transmitir confiança ao paciente, porém deve ser inserido uma habilidade a mais nesses processos, a da compreensão dos processos psicológicos (história de vida, sentimentos, ansiedades, angústias, medos etc.), considerando a importante transição existencial. 

Desde a primeira consulta do pré-natal, quando a gestante está com o impacto do diagnóstico da gravidez, faz-se necessário compreender o seu estado sem julgamentos; acolher as suas dúvidas; compreender a sua vulnerabilidade psíquica e acolhê-la; e o mais importante dos itens, estabelecer uma relação de confiança e respeito mútuo ocasionando na empatia. 

No entanto, nas consultas posteriores o processo continua, analisando ao longo da gestação as ansiedades. Outro ponto a se considerar é evitar o excesso de tecnicismo, condicionando uma escuta acolhedora, além da interpretação dos exames em uma linguagem compreensível aos pais, explicitando sempre todas as possíveis dúvidas e caminhos que serão seguidos em diante. Dentro desse processo também há um ato essencial: acolher a criança com amplo significado afetivo e existencial.

No puerpério, período de alteração emocional essencial e provisória, há uma grande fragilidade psíquica e é quando, geralmente, ocorre as depressões pós-parto, pois é quando a mamãe está intensamente emocional, além do teor maior de ansiedade e sintomas depressivos. Aqui, torna-se ainda mais crucial o apoio do médico, do psicólogo, do parceiro, da família e todos os envolvidos nessa mudança de ciclos, sustentando e apoiando a mulher em todos os aspectos psicológicos para um bom desenvolvimento da criança e de sua nova condição de mãe.

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Referências:

SARMENTO, R.; SETÚBAL, M. S. V.. Abordagem Psicológica em Obstetrícia: Aspectos Emocionais da Gravidez, Parto e Puerpério. In: Revista de Ciências Médicas, 12(3), 261-268. Disponível em <https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/cienciasmedicas/article/view/1260/1235>. Acesso em: 05 ago. 2019.