A regeneração da hematopoese

A regeneração da hematopoese

O material da biópsia de medula óssea (MO), colhido após um período de 10 a 14 dias da execução do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), permite com que sejam observados os pequenos clusters de células hematopoéticas. No período de duas a quatro semanas a celularidade da MO eleva velozmente e apresenta as evidências morfológicas de todos os componentes mieloides. No entanto, talvez seja necessário um período de seis a 12 meses para que alcance uma densidade normal.

Geralmente, o tempo médio para chegar ao número de neutrófilos de 1.0 x 109/L é de 23 dias, podendo estar entre 12 a 45. No caso de reticulócitos de 100 x 109/L, a média é de 24 dias, mas fica na casa de 12 a 72 dias, e de plaquetas de 100 x 109 /L o prazo é de 39 dias. Entretanto, 25% dos pacientes necessitam de três a seis meses para produzir este número de plaquetas. E, no caso de enfermos com doença do enxerto contra o hospedeiro crônica (DECH-c), podem ter um progresso mais lento na recuperação da contagem plaquetária.

Células-tronco

Além da competência de autorrenovação, as células-tronco hematopoéticas são capazes de fabricar progenitores celulares mais diferenciados, assim como células filhas.  Ainda que o TCTH humano seja constantemente reconhecido como "transplante de células-tronco", na realidade o enxerto empregado possui uma mistura de células progenitoras hematopoéticas imaturas e mais maduras, incluindo as células-tronco com capacidade de autorrenovação.

É de consciência de todos que, diante de mais de duas décadas, as células do estroma da MO são importantes para o alicerce no crescimento e desenvolvimento das células iniciadoras de cultura de longa duração, fundamentais na manutenção e regulação da atividade das células-tronco hematopoéticas. As células mesenquimais do estroma, multipotentes, foram separadas da MO e revelaram-se capazes de distinguir-se in vitro em tecido adiposo, cartilagem e osso. Essas podem ser elevadas como importantes reguladoras da atividade hematopoética, mas também são predecessoras de tecidos não hematopoéticos.

Outras fontes 

Até pouco tempo apenas a medula óssea era provedora de células-tronco hematopoéticas, porém demais fontes, como é o caso do sangue do cordão umbilical constituem células transplantáveis, contudo, em número limitado. O risco irrisório ao doador, além da acelerada disponibilidade do sangue de cordão umbilical, são algumas das vantagens. Ademais, a ocorrência da doença do enxerto contra o hospedeiro, seja  ela aguda ou crônica, após o transplante com doadores irmãos idênticos, é bastante inferior se associada ao transplante de MO também usando doadores idênticos. A desvantagem do TCTH com o sangue de cordão é uma recuperação lenta da contagem de neutrófilos e plaquetas.

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Referências:
VIGORITO, Afonso C.; SOUZA, Cármino A. de. Transplante de células-tronco hematopoéticas e a regeneração da hematopoese. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.,  São Paulo ,  v. 31, n. 4, p. 280-284,  Aug. 2009 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842009000400017&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22  jul. 2019.  

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