A Fonoaudiologia no bem-estar do idoso

A Fonoaudiologia no bem-estar do idoso

Com o avanço da expectativa de vida da população e o investimento nos cuidados pela saúde, torna-se ainda mais necessário a criação de políticas públicas e a qualificação de profissionais para a prevenção e promoção da saúde. A reabilitação é, inclusive, um item indispensável para atender as demandas dos idosos, tendo em vista que busca otimizar a capacidade funcional e ocasiona na melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Na perspectiva prática, a Fonoaudiologia tem se aprofundado na discussão e aperfeiçoamento de técnicas ao tratamento das patologias inerentes ao envelhecimento assim como as reflexões acerca de sua prevenção. Portanto, o fonoaudiólogo direciona seu foco para a qualidade de vida e não apenas para a doença.

Dentro da Gerontologia, uma especialidade que possui como objetivo estudar o envelhecimento, o fonoaudiólogo está inserido no processo de atuação interdisciplinar para os cuidados ao idoso. O seu campo de atuação contempla a promoção da saúde, a prevenção, a avaliação, o diagnóstico, a habilitação/reabilitação dos distúrbios relacionados à audição, ao equilíbrio, a fala, a linguagem, a deglutição, a motricidade orofacial e a voz desse público.

Neste rol, a linguagem é basicamente um dos aspectos fundamentais da vida do indivíduo, por ser o modo como ele expressa as suas experiências, ideias, pensamentos e sentimentos. Dentre os distúrbios de linguagem constam as afasias, que são patologias adquiridas decorrentes dos AV, modificando o conteúdo, a forma e o uso da linguagem e de seus processos cognitivos subjacentes, tais como percepção e memória.

"O fonoaudiólogo atua terapeuticamente na recuperação da linguagem oral e/ou escrita e/ou gestual do afásico, o que permite uma melhora da sua comunicação e da sua qualidade de vida, bem como facilita a socialização, a reinserção ocupacional, o fortalecimento da autoconfiança" (BILTON et. al, 2011).

O processo de reabilitação ou manutenção da linguagem necessita englobar toda a equipe responsável, além daqueles que se relacionam diretamente com o idoso, no objetivo de desenvolver e manter o senso de identidade, transmitir e receber informações para o autocuidado. É importante que o fonoaudiólogo crie estratégias para a comunicação, amenize dificuldades de compreensão e/ou produção de linguagem, com estratégias orais e visuais que estimulam os idosos a adaptarem às mudanças, tentando evitar o isolamento social assim como demais outros diagnósticos, como angústia e depressão.

Na perspectiva da voz, o envelhecimento natural é denominado como presbifonia e é decorrente de alterações anatomofisiológicas que acontecem nas pregas vocais e em estruturas vinculadas a produção da voz. Os seus efeitos podem ser amenizados com a terapia fonoaudiológica e a reabilitação da voz pode melhorar a qualidade vocal.

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Referências:

BILTON, Tereza Loffredo; SUZUKI, Heloísa; SOARES, Luciane Teixeira; VENITES, Juliana Paula. Fonoaudiologia em Gerontologia. In: Freitas, E.V; Py, L.. (Org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011, v. 1, p. 1372-1381.

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