A triagem clínico-epidemiológica e laboratorial

A triagem clínico-epidemiológica e laboratorial

Embora a transfusão sanguínea seja um processo cujos cuidados sejam devidamente tomados, sempre seguindo as normas técnicas, ainda assim envolve risco sanitário com a ocorrência potencial de incidentes transfusionais, sendo categorizados em imediatos ou tardios. 

Dentre os tardios, evidenciam-se às doenças infecciosas e parasitárias. Buscando prevenir o seu aparecimento e/ou a sua recorrência é imprescindível o monitoramento e a vigilância de todas as etapas do processo, desde a captação do doador à transfusão efetiva.

Triagem clínico-epidemiológica e laboratorial

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 153 dispõe que todo doador de sangue precisa se submeter a uma triagem clínico-epidemiológica e laboratorial, mas ainda assim o diagnóstico final do doador não é necessariamente executado no serviço de hemoterapia. 

O processo de triagem, conhecido como screening ou detecção precoce, pode ser delimitado como o método em que é obtido um diagnóstico de um agravo e/ou doença (incluso infecções) não identificados de maneira prévia, mediante a realização de testes, exames e demais procedimentos executados em pessoas aparentemente saudáveis.

Devido a diversidade de perfis de riscos de transmissão de doenças entre diferentes países, justifica-se a determinação de critérios delimitados de triagem clínico-epidemiológica e laboratorial, dependendo de alguns fatores, como:

- predomínio da doença na população;
- ameaça de infecção;
- frequência de doadores de repetição;
- grau de cobertura da triagem sorológica;
- sensibilidade dos testes utilizados;
- segurança dos resultados obtidos.

A partir da execução destes exames é permitido haver a liberação, ou não, do sangue coletado para o respectivo uso. Contudo, seus diagnósticos não precisos, assim as pessoas detectadas com resultados positivos/reativos ou duvidosos no ato da triagem necessitam serem avaliadas e aconselhadas por profissionais da área da saúde.

Detecção de doenças

No programa de triagem algumas características devem ser analisadas, dentre elas estão a sua precisão, acurácia e repetibilidade (ou capacidade de repetição de resultados); outros pontos importantes incluem, por exemplo, a rapidez, o baixo custo e a fácil execução. 

Também, as características operacionais fixas e inerentes de um teste diagnóstico, são representadas pela sensibilidade e especificidade. A sensibilidade, nada mais é do que a competência de detectar as pessoas portadoras da doença, condição ou agravo; já a especificidade é a possibilidade do teste delimitar os indivíduos realmente não-portadores. 

Assim sendo, o sangue e os seus componentes não podem ser transfundidos antes do resultado final na detecção de: infecção pelo vírus da hepatite B e C; infecção pelo HIV-1 e HIV-2; doença de Chagas; sífilis e infecção pelo HTLV-I e HTLV-II.

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Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual técnico para investigação da transmissão de doenças pelo sangue / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

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