A conciliação de medicamentos
Um dos grandes problemas nos hospitais, principalmente no atendimento de pronto socorro, são as reações adversas a medicamentos. Como os pacientes já chegam com problemas de saúde e sem estar bem psicologicamente, não costumam ter conhecimento ou saber informar se possuem ou não alergia a algum remédio. Logo, os fármacos podem acabar acarretando em sérios riscos à saúde dos pacientes e consequentemente exigem o dobro de atenção dos profissionais da saúde. As reações podem ser desde leves a graves, com risco de vida e nos piores casos o óbito.
As Reações Adversas aos Medicamentos (RAM) são definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "qualquer evento nocivo e não intencional que ocorra na vigência do uso de medicamento, em doses normalmente usadas em humanos com finalidades terapêutica, profilática ou diagnóstica". Assim, não se inclui na lista as overdoses, acidentais ou intencionais e/ou ineficácia do medicamento ao tratamento.
Apesar de estar presente em diferentes faixas etárias, os riscos de RAM acontece mais em idosos a jovens, inclusive pela ingestão da grande quantidade de medicamentos. Buscando amenizar a situação, até porque as internações elevam os gastos com a estadia de pacientes no ambiente hospitalar, optou-se pela conciliação de medicamentos.
Conciliação medicamentosa
Segundo Delgado (2008), o processo de Conciliação Medicamentosa (CM) detém o alto impacto na prevenção de eventos adversos relacionados aos medicamentos, tendo papel efetivo diante das discrepâncias localizadas entre as prescrições hospitalares e os medicamentos usados na residência, impulsionando a redução das falhas.
Nesse sentido, o uso de forma racional dos medicamentos emprega o conhecimento básico em evidências de prevenção, manutenção e recuperação da saúde, tendo responsabilidade na qualidade e expectativa de vida da população. Assim, no ponto de vista de Aizenstein (2010) "individualizar a terapêutica requer a compreensão básica da Farmacocinética e da Farmacodinâmica dos medicamentos, assim como os múltiplos fatores individuais que podem modificá-las em um determinado paciente".
A CM permite com que o paciente enfrente um processo de avaliação antes e após o cuidado, contemplando desde o adentrar hospitalar, as alternâncias na internação, as prescrições médicas e chegando ao recebimento de alta hospitalar. O método possibilita, também, a integração multidisciplinar no ambiente clínico, já que toda a equipe da saúde se torna responsável na segurança da farmacoterapia.
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Referências:
AIZENSTEIN, Moacyr Luiz. Fundamentos para o uso racional de medicamentos. [S.l: s.n.], 2010.
DELGADO, S. O. et al. Conciliación de la medicación: asumamos la responsabilidad compartida. Farm Hosp. 32(2):63-4, 2008.
Magalhães, Gabriella Fernandes. Conciliação medicamentosa em pacientes de um hospital universitário. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica) - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador (BA).