Avaliação clínica da conjugalidade

Avaliação clínica da conjugalidade

A formação da conjugalidade, na visão sistêmica, é um processo complexo, envolvendo diversos níveis do relacionamento e contextos que resultam na definição psicossocial de uma relação afetiva estável. Cada parceiro, ao se engajar na relação a dois, experimenta uma reconstrução de uma realidade individual, criando referências comuns e uma identidade conjugal.

Esta relação é construída a partir de trocas verbais e não verbais entre os parceiros que coordenam suas ações recíprocas no universo social de significado, comprometendo-se com a construção de uma história comum, na qual as mudanças na pauta de ação de um dos cônjuges afeta o outro.

A relação conjugal dá-se, portanto, dentro de um contexto sócio-histórico e também familiar no qual o indivíduo, ao se socializar, internaliza pautas de ações psicossociais complexas. Assim, a relação conjugal tem início com a criação de um território comum, no qual começam a ser compartilhadas experiências que produzem pautas de interação social significativas para o casal, relativizadas pela experiência de construção psicossocial de cada indivíduo.

O aspecto da conjugalidade deve ser visto como contínuo e não meramente envolvendo as fases iniciais de engajamento amoroso, pois são os padrões de relacionamento que mantêm a conjugalidade e sua qualidade. Dois eixos organizam os estudos sobre os processos da dinâmica conjugal, em relação aos processos de formação e dissolução da conjugalidade: o da satisfação/insatisfação conjugal e o da estabilidade/instabilidade conjugal.

O estudo da conjugalidade ao focar a dinâmica interacional, pode contribuir para o desenvolvimento de teorias e práticas clínicas mais contextualizadas e fundamentais.

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