A cirurgia bariátrica como caminho para o recomeço
O sofrimento com o sobrepeso e os resultados ineficazes das dietas fazem com que pessoas obesas tenham cada vez mais o interesse em se submeter a uma cirúrgia bariátrica, porém o medo de enfrentar um procedimento cirúrgico esbarra com a insatisfação ao olhar no espelho e a perda da autoestima.
A população elegível para a cirurgia bariátrica no Brasil é de 4,9 milhões de pessoas. E, em muitos casos, a obesidade mórbida poderia ter sido evitada com uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, isso desde a infância.
Em geral, a doença grave está relacionada a outras enfermidades, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, dentre outros problemas. Além disso, a pessoa obesa tem mais chances de sofrer uma morte cardiovascular do que alguém com o peso ideal e sofre também com o seu psicológico.
O processo cirúrgico
Nem sempre um paciente obeso é submetido a cirurgia, pois é necessário seguir um protocolo internacional para a indicação. Para isso, quatro critérios são avaliados: IMC, idade, doenças associadas e o tempo de doença.
Em relação ao IMC, em casos acima de 40 kg/m² é apontado independentemente da presença de comorbidades; entre 35 e 40 kg/m², quando houver comorbidades; entre 30 e 35 kg/m², na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação "grave" por um médico especialista na respectiva área da doença. Além disso, também é obrigatória a constatação de "intratabilidade clínica da obesidade" por um médico endocrinologista.
No quesito idade, abaixo de 16 anos, exceto em caso de síndrome genética, quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por 2 cirurgiões bariátricos titulares da SBCBM e pela equipe multidisciplinar. A operação deve ter concessão da família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação. Adolescentes de 16 a 18 anos precisam de indicação e consenso entre a família ou responsável e a equipe multidisciplinar.
Adultos de 18 a 65 anos não há restrições quanto à idade. E idosos com mais de 65 anos exige-se uma avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento.
Quanto ao tempo de doença, é necessário ter um IMC estável há pelo menos 2 anos e comorbidades em faixa de risco, assim como ter executado tratamentos convencionais prévios. Também avalia-se o insucesso ou reincidência do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.
Números da bariátrica no Brasil
Um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apresentou o aumento de 46,7% no número de cirurgias bariátricas realizadas entre os anos de 2012 e 2017. De acordo com a pesquisa foram realizados 105.642 cirurgias no anos de 2017, um número 5,6% maior que o ano anterior, quando 100 mil pessoas foram adeptos do procedimento no setor privado.
No Sistema Único de Saúde (SUS) a proporção é ainda mais elevada. De 2008 a 2017 elevou-se 215%, com um crescimento anual médio de 13,5%. Um dos motivos, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Caetano Marchesini, é de que muitos brasileiros deixaram de ter planos de saúde, recorrendo a procura do SUS.
De todas as regiões, os estados com mais procura estão no Sul e Sudeste: Paraná (47%), São Paulo (20,2%), Minas Gerais (8.7%) e Espírito Santo (6,8%). Juntos, os quatro realizam mais de 82% das cirurgias bariátricas de todo o país, destaca o presidente Caetano Marchesini.
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