Entomologia Forense
A entomologia forense - o estudo de insetos e outros artrópodes associados a diversas questões criminais - serve como uma ferramenta auxiliar, por exemplo, na investigação de crimes contra pessoas vítimas de morte violenta. Esses estudos iniciaram-se no Brasil em 1908, com os trabalhos pioneiros de Edgard Roquette Pinto e Oscar Freire, respectivamente nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia.
Com base em estudos de casos em humanos e animais realizados na primeira década do século XX, esses autores registraram a diversidade da fauna de insetos necrófagos em regiões da Mata Atlântica, então ainda bastante preservadas.
O desenvolvimento da Entomologia Forense no Brasil tem sido facilitado pela sólida tradição brasileira no estudo de insetos das Ordens Diptera e Coleoptera. Outros grupos de insetos também são relevantes para a Entomologia Forense, mas as moscas e os besouros são os mais importantes, especialmente em casos envolvendo morte.
O entomologista forense deve possuir um bom conhecimento de taxonomia, biologia e ecologia de insetos. O Brasil possui um bom número de especialistas aptos para conduzir pesquisas e treinar profissionais nessas áreas do conhecimento, não só no estudo das moscas e besouros, mas também em outros grupos de animais necrófagos ou associados ao processo de decomposição cadavérica.
Estudos sobre a biologia, ciclo de vida e ecologia de insetos necrófagos são ainda incipientes, devido à sua complexidade, alto custo e demora na obtenção de resultados. O conhecimento taxonômico dos dípteros e coleópteros necrófagos é essencial para a Entomologia Forense, mas não suficiente. A estimativa do intervalo de morte, por exemplo, depende também de informações ecológicos e biológicas, especialmente sobre o desenvolvimento pós-embrionário de espécies das famílias Calliphoridae, Muscidae, Sarcophagidae e Stratiomyidae entre as moscas e Dermestidae, Cleridae, Histeridae e Scarabaeidae, entre os besouros.
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